PARQUE TEMÁTICO CRISTÃO ERGUERÁ TORRE DE BABEL RÉPLICAS SÃO A MAIOR ATRAÇÃO DO ARK ENCOUNTER, QUE DEFENDE O CRIACIONISMO POR JARBAS ARAGÃO
O ministério cristão Answers in Genesis (AiG), que faz uma defesa
apaixonada do criacionismo e da Bíblia, abriu recentemente seu parque temático
Ark Encounter [Encontro com a Arca], Williamstown, Kentucky (EUA). Conforme
sugere o nome, a principal atração é uma réplica da Arca de Noé, que segue
minuciosamente o relato bíblico de Gênesis. Ao custo de US$ 120 milhões, a
embarcação possui cinco andares de altura e seu comprimento equivale ao de um
campo de futebol. Mais do que um “parque de diversões gospel”, ele é vizinho do
Museu da Criação, ambos são recheados de personagens bíblicos e animais
animatronic, que se movimentam de modo natural, iguais aos que estão nos
parques da Disney. O objetivo era atrair mais de um milhão de visitantes no
primeiro ano, conta Ken Ham, apologeta idealizador do parque e líder do Answers
in Genesis. Aos 65 anos de idade, ele
e seus parceiros, Mike Zovath e Mark Looy, anunciam que dentro de 10 anos terão
no parque uma réplica perfeita de uma aldeia israelense da época de Jesus e uma
Torre de Babel, além de uma atração que replicará as 10 pragas do Egito, descritas
em Êxodo. Conforme o AiG, tudo que há no parque foi projetado para atrair
crentes e não-crentes e esclarecer o que a Bíblia diz, em especial no livro de
Gênesis, o mais atacado pelos críticos ao cristianismo. “Como você alcança o
público em geral de uma maneira mais fácil?”, pondera Ham em entrevista ao
jornal Washington Post, “Por que não podemos usar o mesmo tipo de atrações que
as pessoas pagam para ver nos parques da Disney ou da Universal Studios?” As
crenças defendidas pelo AiG são chamadas de “literalismo”, e não são
unanimidade entre os cristãos. Segundo uma leitura literal da Bíblia, a Terra
teria cerca de 6000 anos de idade. Ao contrário dos cientistas que dizem que
seriam 4,5 bilhões de anos. Dentro da apologética, defesa da fé cristã, Ham é
um debatedor contumaz, tendo levado a questão do criacionismo a muitos níveis
dentro dos EUA, incluindo a necessidade de ensiná-lo na sala de aula. Ele é
professor de ciências e já escreveu ou foi coautor de quase 60 livros. Seu
argumento principal é que a Bíblia é uma narrativa histórica e que Gênesis
revela “toda a mensagem do evangelho.” Ele acredita que os dinossauros viveram
no planeta ao lado dos seres humanos e que o dilúvio bíblico foi universal. Contudo,
reconhece que suas opiniões são contestadas por muitas correntes teológicas e
científicas. “Obviamente, somos uma minoria. Mas só porque uma maioria acredita
em algo não significa que é certo. As pessoas amam a escuridão, não a luz por
causa da natureza pecaminosa do homem.” Mesmo em minoria, Ham orgulhosamente
aponta para o fato que seu parque não dependeu de dinheiro público, mas foi
financiada pela contribuição de 42.000 cristãos. “A doação média foi de US$
230”, diz ele, embora alguns milhões foram dados como isenções de impostos e
taxas, além de incentivos da prefeitura de Willamstown. Com população de menos
de 4.000, o perfil da cidade mudou após a inauguração do parque. O parque
emprega cerca de 900 pessoas, incluindo 350 trabalhadores sazonais, para o
verão. Uma atração nova a cada ano: Mike Zovath, militar aposentado e um dos
líderes do AiG, explica que “[o Ark Encouter] nos dá oportunidade de mostrar as
pessoas coisas que nunca aprenderão em suas igrejas, ver algo que mudará sua
percepção da Bíblia e obter algumas informações que poderiam apontá-los no
direção da eternidade”. Ele acredita que toda a iniciativa serve como um grande
local para evangelização. O ministério contratou profissionais com ampla
experiencia em parques temáticos. “Deus nos forneceu algumas pessoas
incrivelmente talentosas”, comemora. Entre elas está Patrick Marsh,
vice-presidente de design de atrações, ele trabalhou no parque da Universal
Studios e acredita que “se você quer atrair as pessoas, precisa oferecer-lhes
algo no nível da Disney. As crianças estão muito acostumadas a atrações de alta
qualidade”. Kem Ham acredita que por isso mesmo, cerca de um terço dos
visitantes do Ark Encounter não compartilhe de suas crenças, mas visitam o
local mesmo assim. “Não é raro encontrar alguém que diga: Eu não sou cristão ou
Sou ateu. Mas o comentário que mais ouvimos é: “Você realmente apresenta a sua
mensagem muito boa”. Em julho o parque completa um ano de existência e pretende
inaugurar um restaurante de 800 assentos no convés superior da arca. O parque
temático bíblico, com 80 estruturas diferentes, ainda está sendo construído.
Seus fundadores esperam abrir uma nova atração a cada ano. Eles acreditam que
conseguirão atrair o dobro de visitantes em seu segundo ano de operação. Só
isso garantirá o financiamento de seus projetos futuros.
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