MILHARES DE CRISTÃOS EGÍPCIOS MANDAM RECADO AO EI: “NÃO VAMOS NEGAR NOSSA FÉ” CRIANÇAS QUE MORRERAM EM ATAQUE JIHADISTA A ÔNIBUS ESCOLAR RECUSARAM-SE A NEGAR JESUS. POR JARBAS ARAGÃO
Como era esperado, o Estado Islâmico reivindicou neste sábado (27) a
autoria do ataque contra dois ônibus e uma caminhonete que transportavam
cristãos coptas na região de Minya, no Egito. Na sexta-feira (26), os veículos
transportavam adultos e crianças coptas que iam até um mosteiro ao sul da
capital para fazer suas orações. Oficialmente são 28 mortos e 24 feridos. Os
cristãos coptas foram interceptados por homens fortemente armados, que abriram
fogo contra os veículos. Alguns
sobreviventes do ataque relataram que jihadistas estavam mascarados. Eles
forçaram os ônibus a pararem e ordenaram que os cristãos descessem do veículo e
negassem a Jesus. “Eles mandaram que
renunciassem a sua fé cristã, um por um, mas todos se negaram”, relatou o líder
copta Rashed. A maioria das vítimas foram executadas a sangue frio, com tiros
na cabeça. Esse é o mesmo modus operandis de execuções do Estado Islâmico nas
regiões dominadas pelo grupo extremista. Além de matarem as pessoas, roubaram
dinheiro bem como alianças e anéis, relata Maher Tawfik, cujo marido e sua
filha de um ano e meio morreram no ataque. O ataque em Mynia é o novo capítulo
na ofensiva iniciada final do ano passado pelo braço egípcio do Estado Islâmico
(EI) contra a minoria cristã no Egito. A organização extremista anunciou que
deseja exterminar os cristãos do país, que são 10% da população, na maioria
coptas. Funeral festivo: Durante o funeral das vítimas do ataque em Minya, o
clima era festivo. Ainda que pareça estranho aos cristãos ocidentais, a prática
dos coptas egípcios é o de celebrar a morte de alguém que dá sua vida pela fé.
Acostumados a conviver com a ameaça
islâmica desde o século VIII, os cristãos naquela região acreditam que é uma
honra morrer sem negar a Jesus. Um vídeo divulgado nas redes sociais mostra
que, embora haja lágrimas e lamentos
pelas vidas perdidas, em especial das muitas crianças que tiveram seu
sangue derramado no deserto, também há celebração pela convicção que eles
estarão todos juntos no céu. Do lado de fora, relata o site Shoebat, milhares
de cristãos estavam reunidos e declararam que nunca seriam “conquistados” pelo
islamismo nem iriam negar a sua fé. O papa Francisco reconheceu em seu discurso
neste domingo, no Vaticano, que todos os mortos no ataque em Minya eram
mártires cristãos. Também afirmou acreditar que há mais fieis sendo
martirizados hoje em dia que no primeiro século.
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